Desde que realizei a fatídica troca de moto, passei a valorizar muito as estradas nacionais. Mesmo aquelas estreitinhas, com alguns buracos e terra.
Essas estradas nos fazem apreciar as paisagens, nos permitem sentir a motocicleta nas retas e nas curvas e ainda permitem que possamos andar distâncias relativamente curtas com a sensação de que estamos a realizar grandes passeios. ( o que é especialmente importante para aqueles que têm apenas um dia do fim de semana para dividir entre esposa, filho, descanso e passeio.)
No sábado, dia 6 de Agosto, coloquei a GS a trabalhar. Fiz o primeiro passeio apenas por diversão (digo apenas porque até mesmo quando faço quilômetros por motivos de trabalho ou burocracias quando vou de moto aproveito bem todo o trajeto).
Saímos da Covilhã em duas motos, com a previsão de nos encontrarmos próximo a Oleiros com mais dois amigos para seguir viagem até Gois.
Abastecimento completo, pneus com boa calibragem, suspensão ajustada para o modo SPORT, e toca a viajar.
O caminho que optamos está mostrado no mapa abaixo. Simplesmente fantástico!! Cheio de natureza, curvas apertadas e pouco movimento de carros.
Primeiras curvas e fui me adaptando a GS e ela a mim. Você diz o limite e ela respeita. Suas habilidades e sua coragem (ou medo) ditam até onde você curva. Confesso que senti muito mais confiança nas curvas e na estrada (por vezes esburacada) do que sentia quando andava com a CBR. São mundos diferentes e posições de condução que não se comparam.
Conduzir uma GS é intuitivo. Simples. É como andar de bicicleta. Os mais de 200Kg parecem não pesar nada com a moto em movimento. É mais seguro até mesmo levar pequenos sustos e ter que fazer desvios súbitos. A moto responde melhor e parece requerer menos habilidade para realizar tarefas que antes me pareciam complexas.
O sistema de ABS realmente funciona. Precisar frear subitamente é confortável e seguro até mesmo na curva. Sente-se segurança de tentar entrar mais rapidamente em curvas fechadas e quando se tem a impressão que não vai ser possível, basta frear.
Paramos num café próximo a Oleiros. Eu estava em estado de extase, apaixonado pela condução da nova moto. Experimentei tomar uma Sagres Zero para comemorar. Sem sabor e a temperatura ambiente… e não estamos a falar de um dia de inverno. Cerveja sem álcool e quente…para esquecer. Retornemos ao passeio.
Depois de alguns desencontros, seguimos viagem até Pampilhosa da Serra onde finalmente encontramos os outros dois amigos.
Seguimos em fila para Gois. Muitas curvas. E para completar o teste inicial da nova GS… chuva!!! Diminuem-se os ritmos, inclina-se menos nas curvas, acelera-se menos nas retas. A paisagem some no nevoeiro e o conforto diminui, mas não tira a graça do passeio.
Em Gois paramos numa oficina da Suzuki onde um dos amigos precisa de uma lampada nova. Trocadas as lampadas, apertadas as velas, seguimos para um restaurante onde paramos, conversamos e comemos pizza.
Dessa vez fui de Coca Cola. Gelada!!! Enquanto comíamos a pizza, a chuva castigava as motos estacionadas na rua e diminuía o calor do asfalto.
AInda embaixo de uma fraca chuva, fomos para casa dos pais do nosso amigo mais experiente na condução. Mais conversa, umas frutas apanhadas diretamente da árvore e uma Sagres MINI, geladíssima para arrematar. Só uma por pessoa!! A regra é clara e todos respeitam.
Toca a voltar pra casa. O tempo feio, a chuva que não parava de cair fina, mas com uma capacidade de molhar até as camadas mais profundas da roupa. Paramos numa estação de serviço. Olhei para o computado de bordo da GS e cometi “the fuc&#@!#@ mistake” de dizer que tinha combustível suficiente para voltar.
Lição 1 - NUNCA PERCAM A OPORTUNIDADE DE ABASTECER A MOTO.
Seguimos por estradas semelhantes às da ida, entretanto o piso completamente molhado tornavam as curvas perigosas e a visibilidade muito restrita. Optamos por seguir por Pedrogão Grande, Sertã, Proença-a-Nova até Vila Velha de Ródão. A partir daí era apenas auto-estrada (A23). Seguimos até a Covilhã. Ja era noite e como “pais” de família, optamos pelo seguro.
Detalhe: antes de chegar em Castelo Branco sinalizei aos meus amigos que já estava sem gasolina. Um a um eles me fizeram merecidos sinais obscenos e me acompanharam até uma estação de seviço. Não cometo mais o mesmo erro!!! Todos aproveitaram e abasteceram também!! Valeu a experiência.
Chegamos na Covilhã e fomos todos para casa de um dos amigos do grupo, onde um delicioso jantar nos aguardava, juntamente com nossas respectivas esposas e filhos, que tinham passado um produtivo dia de piscina, conversa e “saudades” dos maridos motards.
No meio de tanta chuva e nevoeiro, conseguimos uma breve pausa ensolarada para documentar nosso primeiro passeio oficial. As fotos seguem abaixo.
A espera do próximo passeio, fica aqui o post.